sábado, 31 de outubro de 2009

Poesia

Supremo Enleio

 
Quanta mulher no teu passado, quanta!
Tanta sombra em redor! Mas que me importa?
Se delas veio o sonho que conforta,
A sua vinda foi três vezes santa!

Erva do chão que a mão de Deus levanta,
Folhas murchas de rojo à tua porta...
Quando eu for uma pobre coisa morta,
Quanta mulher ainda! Quanta! Quanta!

Mas eu sou a manhã: apago estrelas!
Hás de ver-me, beijar-me em todas elas,
Mesmo na boca da que for mais linda!

E quando a derradeira, enfim, vier,
Nesse corpo vibrante de mulher
Será o meu que hás de encontrar ainda...




Florbela Espanca



                                                                         

2 comentários:

  1. WOW que precioso poema..
    Entrar a tu blog es encontrar la poesía necesaria por vivir.

    Excelente..

    Un beso



    Un abrazo
    Saludos fraternos

    Que tengas una muy buena semana...

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