Suponho ponho
encaminho o espaço
no céu da tua boca
e teu palato
As palavras formadas
na saliva
quando bebo o vinho
em tua face
Faço o novelo
e desfaço a arte
teço com o grito da água
a tua sede
Seco com o linho do cabelo
e passo
ao lado mesmo do nó do teu abraço
Maria Teresa Horta
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
DESEJO
Desenha-me devagarinho
Quero uma asa grande
Mas a cara de menino
Com um corpo adelgaçado
Rumo indistinto ao seu destino.
Sou carnal, animal solto
No descampado do teu corpo
Que nós já fomos corpo entrelaçado
Num passado que não distingo.
Desenha-me em laivos de ternura,
Na mancha, na pinta, na nódoa, mas contigo
E o resto, que o faça a eternidade.
António Henrique Figueiredo
Quero uma asa grande
Mas a cara de menino
Com um corpo adelgaçado
Rumo indistinto ao seu destino.
Sou carnal, animal solto
No descampado do teu corpo
Que nós já fomos corpo entrelaçado
Num passado que não distingo.
Desenha-me em laivos de ternura,
Na mancha, na pinta, na nódoa, mas contigo
E o resto, que o faça a eternidade.
António Henrique Figueiredo
domingo, 19 de setembro de 2010
SEM VOZ
Palavras duras?
Amores?
Desejos de palavras reais!
Cânticos de ternura precisam-se
Para embalar a solidão!
Gerações futuras abraçadas!
Saudade silenciosa!
Diz-me que amor existe em ti?
Medo de perder!
O quê?
Pedaços de afectos?
Desculpa!
Apenas peço que lutes
para seres digna de ti, mulher!
Faz-me o favor de ser feliz!
Cidália M. Correia
Amores?
Desejos de palavras reais!
Cânticos de ternura precisam-se
Para embalar a solidão!
Gerações futuras abraçadas!
Saudade silenciosa!
Diz-me que amor existe em ti?
Medo de perder!
O quê?
Pedaços de afectos?
Desculpa!
Apenas peço que lutes
para seres digna de ti, mulher!
Faz-me o favor de ser feliz!
Cidália M. Correia
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
APOTEOSE
Mastros quebrados,singro num mar d'Ouro
Dormindo fogo, incerto, longemente...
Tudo se me igualou num sonho rente,
E em metade de mim hoje só moro...
São tristezas de bronze as que inda choro-
Pilastras mortas, mármores ao Poente...
Lajearam-se-me as Ânsias brancamente
Por claustros falsos onde nunca oro...
Desci de Mim. Dobrei o manto d'Astro,
Quebrei a taça de cristal e espanto,
Talhei em sombra o Oiro do meu rastro...
Findei...Horas-platina...Olor-brocado...
Luar-ânsia...Luz-perdão...Orquídeas-pranto...
----------------------------------------------------
-Ó pântanos de Mim- jardim estagnado...
Mário de Sá-Carneiro
Paris1914-junho 28
Dormindo fogo, incerto, longemente...
Tudo se me igualou num sonho rente,
E em metade de mim hoje só moro...
São tristezas de bronze as que inda choro-
Pilastras mortas, mármores ao Poente...
Lajearam-se-me as Ânsias brancamente
Por claustros falsos onde nunca oro...
Desci de Mim. Dobrei o manto d'Astro,
Quebrei a taça de cristal e espanto,
Talhei em sombra o Oiro do meu rastro...
Findei...Horas-platina...Olor-brocado...
Luar-ânsia...Luz-perdão...Orquídeas-pranto...
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-Ó pântanos de Mim- jardim estagnado...
Mário de Sá-Carneiro
Paris1914-junho 28
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
A COR DOS DIAS
O dia acorda sempre em cinza,
a própria luz é húmida e quente, o sol coado pelas nuvens ousa,
sabe que não temos ainda força para protestar.
O dia termina sempre num céu azul claro
riscado de vermelho laranja rosa,
num sol de profunda transparência
harmonia tranquila de quem nem precisa ousar,
porque nos deixa sempre
uma imensa vontade
de recomeçar.
Luísa Coelho
a própria luz é húmida e quente, o sol coado pelas nuvens ousa,
sabe que não temos ainda força para protestar.
O dia termina sempre num céu azul claro
riscado de vermelho laranja rosa,
num sol de profunda transparência
harmonia tranquila de quem nem precisa ousar,
porque nos deixa sempre
uma imensa vontade
de recomeçar.
Luísa Coelho
domingo, 5 de setembro de 2010
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
POESIA
Todos me falam de ti
com palavras ambíguas.
Fui, eu sei, uma suspeita
de luz em teu olhar.
Virados a levante,
os meus cabelos
eram labaredas em teus dedos.
Na hora do combate
me nomeavas,
como se rezasses.
Pinto-a na minha imaginação
como a desejo, tanto na beleza
como na nobreza, disseste.
E vejo a minha expressão
na cor dos teus olhos.
Tão cúmplice, eu
de tamanho assombro.
Graça Pires
com palavras ambíguas.
Fui, eu sei, uma suspeita
de luz em teu olhar.
Virados a levante,
os meus cabelos
eram labaredas em teus dedos.
Na hora do combate
me nomeavas,
como se rezasses.
Pinto-a na minha imaginação
como a desejo, tanto na beleza
como na nobreza, disseste.
E vejo a minha expressão
na cor dos teus olhos.
Tão cúmplice, eu
de tamanho assombro.
Graça Pires
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