terça-feira, 19 de julho de 2011

CHÃO FIRME

Das silvas colhendo amoras,
do céu estrelas colhendo,
das trevas colhendo ânimo,
do mal colhendo a razão,
dos erros colhendo o certo,
do ódio colhendo o amor,
vou por onde outros já foram,
vou por onde outros irão.
Nunca, por mais vão que seja,
o meu sonho será vão.


Armindo Rodrigues


domingo, 10 de julho de 2011

Com as árvores e com as águas
partilho os meus pensamentos.
Manuseio estas palavras como se fossem minhas
para as usar como protesto,
como absolvição: a boca
devorando a própria fome.
Aguardo um sinal que decifre
o nomadismo da memória
e rompa a cumplicidade do tempo.



Graça Pires