O mar
A onda encrespa-se e cai.
Bate na rocha,
banha as areias
as pedras brilham.
A chuva derrama-se beijando a terra e fecundando-a,
murmurando todos os segredos dos amantes.
O Vento
varre a peste e deixa na cara das coisas a sua marca.
O sol
aquece a Alma do mundo, cujas partículas a nós pertencem.
Beijo a terra e parto
Comungo a vida sem laços
com ternuras na pele
beijos matinais e carícias do olhar.
Sorvo o ar
lentamente
e quem sabe...
Sou feliz.
Maria Teresa Mota
domingo, 20 de novembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
O CREPÚSCULO DOS HOMENS
Eram homens, aqueles que ficaram
depois dos deuses mortos, esquecidos...
Só que os homens, por fim, também pensaram
serem deuses. E logo, consumidos.
Com a cisão do átomo, vibraram.
E ficaram depois mais desunidos
com as coisas que os deuses lhes legaram:
auroras e crepúsculos seguidos.
Mas não se avista ainda o fim da dança.
Para lá do crepúsculo se lança,
desafiando monstros e dragões.
Imitação ou mera semelhança,
como os deuses o homem não descansa.
Afaga a brisa e surgem-lhe tufões...
HERNANI DE LENCASTRE
depois dos deuses mortos, esquecidos...
Só que os homens, por fim, também pensaram
serem deuses. E logo, consumidos.
Com a cisão do átomo, vibraram.
E ficaram depois mais desunidos
com as coisas que os deuses lhes legaram:
auroras e crepúsculos seguidos.
Mas não se avista ainda o fim da dança.
Para lá do crepúsculo se lança,
desafiando monstros e dragões.
Imitação ou mera semelhança,
como os deuses o homem não descansa.
Afaga a brisa e surgem-lhe tufões...
HERNANI DE LENCASTRE
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
PÁTRIA
Por um país de pedra e vento duro
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro
Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou
Rente aos ossos com toda a exactidão
Dum longo relatório irrecusável
E pelos rostos iguais ao sol e ao vento
E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão
Pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas
-Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Me dói a lua me soluça o mar
E o exílio se inscreve em pleno tempo
SOPHIA DE MELLO BREYNER
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro
Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou
Rente aos ossos com toda a exactidão
Dum longo relatório irrecusável
E pelos rostos iguais ao sol e ao vento
E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão
Pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas
-Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Me dói a lua me soluça o mar
E o exílio se inscreve em pleno tempo
SOPHIA DE MELLO BREYNER
Subscrever:
Mensagens (Atom)