terça-feira, 30 de abril de 2013
Auto-Erotismo
Havia uma nascente
dentro de mim
que não secava.
Era um fio
e crescia, crescia
até ser rio.
Havia um rio
dentro de mim
que não parava,
a engrossar.
E corria, corria
atrás do mar.
Havia um mar
dentro de mim
que se alongava
como um lençol,
onda após onda,
de encontro ao sol.
Havia um sol
dentro de mim
que se acendia
como se fosse eu
a fazer o dia.
César Vieira Dinis
sábado, 20 de abril de 2013
Sede
Suponho ponho
encaminho o espaço
no céu da tua boca
e teu palato
As palavras formadas
na saliva
quando bebo o vinho
em tua face
Faço o novelo
e desfaço a arte
teço com o grito da água
a tua sede
Seco com o linho do cabelo
e passo
ao lado mesmo do nó do teu abraço
Maria Teresa Horta
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