Ponho nestas memórias
a íntima clandestinidade
dos amantes.
Hei-de dizer o nome
de quantas aves se perderam
por roçarem o vazio da noite
em vagaroso voo.
Hei-de ocultar a cara
próximo de uma fonte,
para colar a boca
ao trilho das chuvas.
Hei-de cercar com águas
nocturnas o lume dos seios.
Depois, sei que vou estremecer de aflição,
quando o ranger das portas se confundir
com o chamamento da tristeza.
Graça Pires
Graça
ResponderEliminarQuanta profundidade no poema? Lido e relido fica-se sempre com a sensação de um pensamemto profundo.
Daniel
*
ResponderEliminarUma feliz escolha, a tua !
,
É melhor não dormirmos
sob o árido labirinto da tristeza.
À nossa frente existe um pórtico
purificado por uma névoa de sons.
Vamos transgredir o limiar do absurdo,
porque encontramos um abrigo musical,
onde ninguém pode separar as nossas bocas
o percurso das águas outonais.
,
In – Graça Pires !
,
conchinhas nocturnas,
,
*
Muito bem escolhido este poema contagiante.
ResponderEliminarObrigado pela partilha.
Abraço
Vieira MCM
Um Poema muito lindo! Gostei
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