segunda-feira, 5 de abril de 2010

CONSTELAÇÕES

Usamos todos a ilusão
de fabricar a vida:
histórias, constelações
de sons e gestos

Usamos todos a suprema glória
do amor: por generosidade
ou fantasia, ou nada, que de nada se fazem universos

Usamos todos mil chapéus de bicos
mal recortados e de encontro
ao sol:
o nosso mais perfeito em franja e bico
e um arremedo tal e seiscentista
que ofuscando-se: o sol

Usamos todos esta condição
de pó de vento, ou de rio
sem pé: único dom de fabricar o tempo
em raiz de palmeira 
ou de cipreste


Ana Luísa Amaral


4 comentários:

  1. Después de mi ausencia es estupendo volver a leerte... me quedo como siempre por tu espacio..

    Un gusto disfrutar de tus letras.

    Un abrazo
    Saludos fraternos..

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  2. Ana Isabel

    Adorando também o sentido estético da poesia, comfesso que gostei do poema, de Ana Luisa Amaral, que mostra a tua sensilidade na escolha. A foto é óptima. O blog em si, é atraente.
    Beijos
    Daniel

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  3. As tuas escolhas são soberbas, a imagem é um reflexo do teu olhar.

    beijo

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