quinta-feira, 13 de maio de 2010

AMOR

Dois  mil cigarros.
E uma centena de milhas
de parede a parede.
Uma eternidade e meia de vigílias
mais brancas do que a neve.


Toneladas de palavras
velhas como pegadas
de um ornitorrinco na areia.


Uma centena de livros que ficaram por escrever.
Uma centena de pirâmides que ficaram por construir.


Lixo.
Pó.


Amargo
como o princípio do mundo.


Acredita em mim quando digo 
que foi belo.


Miroslav Holub



 





4 comentários:

  1. Um poema inquietante, tal como o amor.
    Gostei!

    Abraço

    Vieira MCM

    ResponderEliminar
  2. Ana Isabel
    Poema inquietante e lindo...
    Um beijo e à sombra do Imbondeiro deixo...


    CORAÇÃO VERDE


    Peguei no meu coração
    E tentei que se fechasse...
    Peguei numa chave brilhante...
    E tentei que ele não sofresse...


    Mas o meu coração é mole...
    O meu coração é Verde
    E está cheio de Esperança...
    E também de boa fé...


    E acredita... que aqui...
    Não precisa de chave
    E vai continuar a ser Verde...
    Porque o verde da esperança...
    Mistura-se com o
    Vermelho do sangue

    LILI LARANJO

    ResponderEliminar
  3. *
    um cigarro
    que consome
    a brancura da vida
    amargando o Belo,
    ,
    marés de palavras,
    deixo,
    ,
    *

    ResponderEliminar
  4. Bello es descubrir tus versos.. me quedo siempre admirándote mas .. gracias por compartir tus poemas..

    Un abrazo
    Saludos fraternos..

    PD: por problemas con el ordenador he estado ausente.. pido disculpas..

    ResponderEliminar