Lá anda a minha Dor às cambalhotas
No salão de vermelho atapetado-
Meu cetim de ternura engordurado,
Rendas da minha ânsia todas rotas.
O Erro sempre a rir-me em destrambelho-
Falso mistério, mas que não se abrange...
De antigo armário que agoirento range,
Minha alma actual o esverdinhado espelho...
Chora em mim um palhaço às piruetas;
O meu castelo em Espanha, ei-lo vendido-
E, entretanto, foram de violetas,
Deram-me beijos sem os ter pedido...
Mas como sempre, ao fim - bandeiras pretas,
Tômbolas falsas,carrossel partido...
Mário de Sá-Carneiro
*
ResponderEliminarcomo se nota bem,
o teu gosto pela poesia,
,
a escolha de Mário Sá-Carneiro
é um exemplo, enorme !
,
conchinhas muitas, ficam .
Parabéns pelo bom gosto na poesia que escolhes.
ResponderEliminarGostei muito do teu blog.
Beijo.