São as cores?
Ou declarar-me assim a esta árvore?
Num sobressalto, desassossego
lento-as colmeias de ramos e de folhas,
o corpo em curvas densas,
as raízes,
e, delicadamente, o coração
Apaixonar-me e outra vez,
agora por um tempo de nervura
acesa, o fogo-e sem palavra que chegasse
para habitar o mundo:
são as cores, dir-lhe-ia,
ou os meus olhos?
E se faltar olhar, ouvido, cheiro, mãos,
ver-te sem ver, sentir-te sem sentir:
neste musgo e por dentro
poder perder-me, fingir-me distraída
pelo puro prazer de me fingir,
sem sossego nenhum
-aprender a voar-
pelo desassossego de um dedo
preso à terra
Mas se as asas faltarem,
serão sempre as cores,
uma leve impressão de nervos, digital,
Há-de ser isto assim:
luz para além de azul,
paz muito além do verde a respirar
-ou eu, igual ao sol,
comovendo-me em ar e
por raízes-
Ana Luísa Amaral
Além do poema que é excelente, a imagem ao fundo é divina.
ResponderEliminarBeijo
*
ResponderEliminarenraizado e belo poema
é de ler e reler . . .
,
voo
nas raízes coloridas
anilando o meu olhar
para além do horizonte . . .
,
conchinhas,
,
*
convite para a seguir a história de Alice
ResponderEliminarlá no ...continuando assim...
bj
Teresa