quinta-feira, 18 de março de 2010

O VERBO NO INFINITO

Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...


Vinicius de Moraes


4 comentários:

  1. *
    de beleza infinita
    este soneto !
    ,
    E crescer, e saber, e ser, e haver . . .
    lindo . . .
    desconhecia
    este Vinicius,
    ,
    conchinhas,
    *

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  2. Ao navegar na net encontrei o seu "cantinho", adorei.
    bjs
    Maria

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  3. É apenas uma passagem pela terra

    apenas isso...

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  4. Olá, bela fotografia...belo soneto...Espectacular....
    Beijos

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