sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Marginalidade

Subversivamente
o instinto me descomanda.

E a magia inconsciente
do meu corpo
é um jogo clandestino
de gestos sem eco.


Há um ritual divino
nas carícias sensuais 
em que me invento.


Nada me torna inocente
dos meus próprios sentidos
quando solto
as linhas marginais
do pensamento
e me seduzo
com gostos proíbidos.


Sempre são excessivos os desejos de quem sonha
a vida toda num momento.


A solidão é como o vento.


É nos olhos dos mendigos
que a noite se prolonga por mais tempo.




Graça Pires




 






6 comentários:

  1. Lindo momento.
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja um bom final de semana.
    Saudações Florestais !

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  2. Ana Isabel...

    Um poema cheio de sensualidade e lirismo da Graça Pires...

    «Sempre são excessivos os desejos de quem sonha
    a vida toda num momento.»

    Lindoooooooooo!!!

    Um beijo
    AL

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  3. *
    é na face de um mendigo,
    que ouço os ecos de mim .
    ,
    conchinhas,
    ,
    *

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  4. Olá Ana,
    que belo poema nos trazes,
    Graça Pires, consegue fazer as palavras falar.
    Consegue com essas mesmas palavras fazer um retrato da vida.
    Que melhor exemplo do que dizer que é nos olhos dos mendigos que a noite se prolonga por mais tempo.
    Lindo

    Bjo

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  5. Olá, Ana! Tudo bem?

    Mas que maravilha de poema! Fiquei extasiada aqui!

    "Sempre são excessivos os desejos de quem sonha
    a vida toda num momento."

    Depois de ler e reler... ainda continuo sem palavras para comentar. Magnífico!

    Beijos
    Patrícia Lara

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